Capítulo 1 (Um Novo Mundo)
Postado por Leandro Marinho , terça-feira, 26 de abril de 2011 20:06
Uma grande neblina cobria aquela pequena vila. Não havia muitas casas na região. Pelo menos, era isso em que meus olhos acreditavam enxergar. Era um lugar totalmente desconhecido. Senti algo diferente, um sentimento de que, por algum motivo, eu estava gostando.
Todo local era cercado de árvores. Já era noite, e alguns chuvisco começaram a cair. Andando por aquele lugar, cheguei a uma ponte, onde a neblina parecia se dissipar. Estive sobre uma ponte, cujo acesso estava rodeado de flores. As águas, totalmente cristalinas, eram diferentes das do lugar onde moro. O ar era puro. Não havia sujeira. Tudo era tão perfeito!
Durante algum momento, senti estar sozinho ali. Por horas, eu caminhava a esmo e não encontrava alma vivente sequer. Ainda assim, não me passava a mente o que poderia estar acontecendo.
De longe, avistei uma pessoa vindo a minha direção. Era um homem. Ele se aproximou; parecia meio tenso. Falou-me que tinha algo de muito importante a dizer.
– O que você quer? – questionei.
– Fernando, você não me conhece, mas estou aqui para ajudá-lo. Fuja deste lugar, você esta correndo grande perigo.
– Por quê? O que tenho eu com você? Fugir de quem?
– O criador deste povoado está atrás de você.
– Criador?
– Não há mais tempo para explicações. Fuja depressa. Ele está vindo com seus guardas. Vou ao encontro dele e, mais tarde, tentarei explicar detalhadamente tudo a você.
Desesperei-me tentado encontrar explicação para aquela situação. Criador atrás de mim? O que poderia eu ter feito de mau?
Já que não me havia tempo para explicações, desci uma escada debaixo daquela ponte. Era um caminho longo que me levava a uma outra vila. Para minha sorte, as ruas eram estreitas e, portanto, não havia espaço para carros trafegarem ali. As curvar, fechadas, abriam possibilidade para minha fuga.
Contudo, sentia-me perdido naquele lugar. Para mim, aquilo era um labirinto. Fiquei desconsolado, sem saber o que fazer. Havia caminhado muito; meus pés estavam calejados.
Eis que aquele rapaz da ponte reapareceu... Dentro de mim, surgiram muitas perguntas e dúvidas que precisavam ser esclarecidas.
– Você é o rapaz misterioso da ponte? – perguntei.
– Exatamente.
– Diga-me, o que eles querem comigo, esse tal criador e seus guardas?
– Como poderei explicar... Vejamos, este lugar, tudo isto aqui não é real.
– Isso não faz sentindo. Quase fui morto sem saber. Estou ferido e sinto muitas dores.
– São suas emoções. Elas fazem você ter todo esse misto de sentimentos. Talvez elas sejam reais.
– O quê?
– Acalme-se. Permita-me ser óbvio. Tudo isto é apenas um sonho. Mesmo assim, você precisa tomar todo cuidado possível, visto que corre o risco de ficar preso aqui eternamente. Por isso, o criador está atrás de você. Ele quer aprisioná-lo neste lugar. Assim, você precisa fugir dele e ajudar quem precisa de seus préstimos. Por outro lado, nem tudo está perdido. Você poderá se divertir, encontrar amigos reais, pessoas nunca antes vistas. Quando, enfim, você acordar, perceberá que tudo não passou de um sonho. Só não se esqueça de que, a cada nova noite de sono, você estará aqui. Isso é uma obrigação. Você voltará, e toda vez em que adormecer, poderá estar no mesmo local ou noutro lugar, mas nunca se esqueça do criador e sua gente. Eles sempre vão perseguí-lo. Não permita que peguem você porque, se o criador o fizer, tudo estará perdido.
– Mas ainda continuou confuso.
– Fernando, isso é tudo para o momento; agora, eu preciso ir.
– Para onde?
– Cuidar de umas coisas para você. Adeus.
– Adeus.